Maria Beira D’água é cabocla nascida na beira do rio e criada no meio da mata. Por ter intimidade com esses dois mundos, transita livremente entre, cambaleia de um lado para o outro, brinca de atravessar fronteiras. Ela é uma malandra da floresta. Na beira do rio, se assenta e reverencia a sabedoria das águas, ajudando quem se achega a se conectar com essa sabedoria e a deixar que o rio carregue as coisas do coração que precisam ir. Na mata, ela pisa firme, transforma a pisada em dança, em festança, em brincadeira que contagia. A dança que alegra também ilude e dispersa quem não é bem-vindo.
 

Foto: Davi Mello / Pareia

 
Rebeca Torquato é arteira, brincante, palhaça e psicóloga. Formada em Psicologia pela Universidade de Brasília (2015), em Psicodrama pela Associação Brasiliense de Psicodrama e em Saúde Coletiva pela Fiocruz Brasília (2021). Se encontrou com a palhaçaria em 2016, se apaixonou perdidamente por esse universo e vem estudando e atuando em diversos contextos, como hospitais, cortejos, intervenções e apresentações pela cidade. Encantada com as manifestações da cultura popular, se tornou aprendiz de capoeira angola e agora mulher brincante.

“Ser mulher brincante é ser encantada com a cultura popular, é ter um corpo que pulsa, que dança, que brinca. Ser mulher brincante é ir contra ao lugar que nos colocaram de docilidade, submissão e quietude, e poder brincar com o corpo, com o espírito e com a voz”.