Cintila dos Prazeres é sereia das águas dos Rios que desaguam no Mar, Cintila dos Prazeres vem nos alembrar de ser fluxo, de deslizar por entre as pedras mais duras, de lavar as feridas, de benzer os amores, de matar as sedes e de inundar. Ela conta que todos os nossos corpos têm o poder de ser e de sentir, transmutar as sombras em brilho e luz, nas cores da sabedoria. Ela traz o entendimento de um prazer maior que, assim como a água, não tem forma definida, cura e molha. O Prazer, que é Sagrado, é a chave dos “entre”, o grande tesouro submerso que não nos deixam encontrar. A palavra a ser espalhada, derramada, bebida e integrada. Ela nos convida ao mergulho do ser para sentir. Vem senti-la.
Foto: Davi Mello
Nara Codo é nascida e criada em São Paulo capital. Cresceu esperando chegar a hora de poder sair da selva de pedra. Cozinheira de ofício, mãe, professora, macumbeira, doula de pós-parto e amamentação e aprendiz de si mesma e das relações com o mundo. Cursa Pedagogia Griô r vive em Brasília há 17 anos, onde foi assombrada pelo Cerrado e pela cultura de tradição oral, com seus mestres e mestras. Foi em Brasília e com a maternidade que lhe chegou a arte com a permissão da encantaria que caminha com ela desde sempre e onde lhe foi permitido, finalmente, brincar! Há um ano e meio, integra a coletiva de mulheres brincantes devotas da Onça, sua amada escola da brincadeira, dançando com tudo que a vida demanda: suas dores e delícias.
“Uau… ser mulher brincante é ser uma mulher real, que leva a vida com todos os seus papéis: trabalhadora, mãe, que cuida da casa, de si, do cachorro, gato e do mundo ao redor, que tem que fazer dinheiro pra sustentar o corre, mas que tem na consciência a certeza do lugar da brincadeira na vida, do prazer na simplicidade, do riso à toa! E embora todo corre da vida seja muito desgastante, me saber como um corpo, no qual sempre terá um espaço pra brincar, pra trazer arte, cura pela alegria e amor em relação por tudo à volta. Leveza e brilho pra espalhar sempre que possível, por onde a gente passar e tiver espaço…”
