Akauã nasceu nas serras caatingueiras do sertão, na ribeira do Rio Seridó, nos pés da Juremeira. É habitante das alturas, caminhante dos vazios e mensageira dos horizontes. Recebeu das avós as sabenças de cantar e dançar os presságios de vida e de morte. Tem língua afiada, presença ritmada e brinca de desengaiolar desejos para saciar a fome de além.
Rayla Costa é arte-educadora, produtora cultural, atriz-brincante, pedagoga e cientista social. É natural de Brasília, cria da Ceilândia (DF) e nascida de uma família do sertão seridoense (RN). Integra o Coletivo Ciranda de Alecrim e a Coletiva Casa Moringa. Atualmente, realiza a formação em Pedagogia Griô. Desde 2011, atua como educadora em projetos socioculturais, em espaços de educação formal e não formal. Em 2022, inicia o processo de criação da brincadeira Encantaria de Mamulengos, junto à Coletiva Casa Moringa, caminhando com mestras, mestres e brincantes.
“Brincar … esse estado de poesia e presença, não só, e muito além. Me vejo como um corpo que brinca, curioso e aberto. Me vejo mulher brincante também. A despeito de todos atravessamentos e limitações, poder, querer e desejar brincar é, em si, potência. Ser mulher brincante para mim é ligar o fio da vida, é abrir escuta e dar passagem para os sentidos, é dar permissão a si. Encontrar na intenção o estado de graça. É ser olho d’água que navega-brinca feito correnteza com outras nascentes que se encontram. É sobre ser coletiva e também sobre sustentar a vida entre, com e a despeito de.”